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Em matéria publicada pelo jornal O Dia, um conjunto de especialistas alerta para o estrangulamento causado ao Rio pela própria federação. Segundo os mesmos, “a crise do Rio é fundamentalmente de queda de receita e não de aumento de despesas”. Para os mesmos, falta boa vontade de Brasília em ajudar o estado, terceiro maior arrecadador de impostos à União, mas quarto ao receber de volta o dinheiro.

“De acordo com dados do Ministério da Fazenda, entre 2006 e 2016, enquanto a receita corrente líquida no Estado do Rio caiu em torno de 2% em termos reais, nos demais ocorreu aumento real em torno de 33%”, informa Mauro Osório, especialista em economia fluminense e professor da UFRJ.

Para Leonardo Bath, apesar da narrativa da crise encontrar a má gestão estadual e o excesso de isenções como pontos importantes, “o quadro sombrio do estado começou a se desenhar quando o Rio assumiu despesas de interesse nacional na época da Copa do Mundo, dos Jogos Olímpicos”. Ao assumir parte das despesas, que não entraram no orçamento da União, o estado faria empréstimos com bancos estatais e teria a União como garantidora de seu crédito. Se o Rio o não pagasse sua dívida, a União o faria. E foi isso, exatamente, que não aconteceu.

Bath, afirma categoricamente que há sim, uma chantagem por parte de Brasília em relação ao Rio. Para o professor da UNICAMP, “o que a União está fazendo com o Rio é uma chantagem institucional para que o estado ceda”, alerta. Ele acrescenta que “é como se o governo federal agisse da seguinte forma: ou faz do meu jeito ou vou demorar a fazer”. “Não se trata de ajuda ou de socorro, se trata de obrigação a destinação de recursos ao estado fluminense”, afirma.

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