Professores da Uerj, Uenf (Universidade Estadual do Norte Fluminense) e Uezo (Universidade Estadual da Zona Oeste) ocuparam, na noite desta terça-feira, dia 16, as imediações do Palácio Guanabara, sede do governo estadual, para protestar contra o abandono da universidades públicas. As reivindicações vão de salários atrasados a cortes de bolsa.
“A ocupação é um repúdio a este governo bandido, que precariza serviços e retira direitos dos trabalhadores”, resumiu Lia Rocha, presidente da Associação de Docentes da Uerj (Asduerj). Professores ressaltaram, ainda, as péssimas condições nas universidades fora do eixo central da capital, como a Uezo e a Uenf, e criticaram as contrapartidas negociadas por Pezão com o governo federal para a liberação de verbas. “Um ajuste fiscal que degola estudantes é uma chantagem que não podemos aceitar”, protestou uma representante da Uenf.
Já Flávio Serafini, deputado estadual do Psol, afirmou que há a propagação de uma falsa ideia de que a crise que se abateu sob o estado está sob controle. “Há quem queira vender a ideia de que a crise está estabilizada. Não existe crise estabilizada com serviços públicos que não funcionam, sem salários, com pessoas desesperadas”, sinalizou.
Para Tarcísio Motta, vereador do Psol, universidades como a Uerj não têm espaço na proposta política do PMDB, do ex-governador Cabral e do governador Pezão. “Enquanto o PMDB estiver no poder, essa calamidade permanece. Ao longo desse tempo se desenvolveu um modelo de desenvolvimento predatório, excludente e concentrador de renda. A Uerj é o inverso disso, por isso não faz parte do projeto político que passou pelo Palácio Guanabara nos últimos anos”.
A ocupação, que deve continuar pelos próximos dias, contou ainda com a presença de alunos do Colégio de Aplicação da Uerj (CAP-Uerj), como Gabriela, presidente do grêmio estudantil da escola, que destacou a mobilização dos alunos em defesa do ensino público: “Não podemos desistir da Uerj”, pontuou