“E se empurrar, o Temer cai, ai, ai, ai…” cantavam os manifestantes que chegavam à Cinelândia depois de uma bela e calma caminhada pela avenida Rio Branco. Gritos de “Fora, Temer” e “Diretas já” se somaram aos coros de diferentes grupos que começaram a ocupar o asfalto às 17h em frente à Candelária: “Caraca, a juventude chegou forte pra barrar o Temer, pra barrar os cortes”.
O desfecho do ato pacífico logo mudou de trilha sonora com o som de bombas de gás lacrimogênio e tiros de balas de borracha por volta das 20h30. Às 21h30, ainda havia repressão a manifestantes na Lapa. Duas pessoas foram feridas e estão sendo atendidas no hospital Souza Aguiar: um homem teve fratura exposta na perna e outro foi ferido na testa por bala de borracha.
Imagens: Antonio Azambuja
O vereador Tarcísio Motta, que esteve presente ao longo de todo o percurso, chamou a atenção para os objetivos do protesto, que vão além da saída de Temer da Presidência: “Também estamos lutando por eleições diretas, pela paralisação das reformas trabalhista e da previdência e pela revogação de tudo aquilo que esse governo golpista implantou, como a PEC da Terceirização e a do teto dos gastos públicos, que prejudica avanços na educação e saúde”.
O protesto foi convocado na quarta-feira, logo após a divulgação pela imprensa do conteúdo da delação premiada do empresário Joesley Batista, revelando que Temer dera aval à compra de silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Depois que Temer, na tarde de hoje, disse que não irá renunciar, o ato parece ter ganhado ainda mais corpo. “Estaremos nas ruas até quando for necessário para derrubar este governo que não tem legitimidade para permanecer no cargo”.
Por Vivi Fernandes (Mandato Coletivo Tarcísio Motta)