_Toda a bancada de oposição se retirou do Plenário, mas Rodrigo Maia tocou as votações das MPs de interesse do governo golpista, entre elas a 759, que trata da questão fundiária_
A Bancada do PSOL na Câmara, junto com os outros partidos de oposição ao governo golpista, como a Rede, o PDT, o PCdoB, PSB e o PT, se retirou do plenário durante a apresentação dos requerimentos de obstrução à votação da MP 767, que trata da carreira dos peritos médicos da Previdência. A decisão ocorreu porque o PSOL não compactua com o Estado de Exceção conduzido por Michel Temer e seu fiel aliado e presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM/RJ).
Aproveitando a saída das bancadas de oposição, Maia conduziu com os deputados da base de Temer as proposições e MPs de seu interesse. A retirada dos parlamentares do plenário é uma forma de deslegitimar as ações de um governo ilegítimo e de uma base parlamentar aliada.
Com ou sem a votação das bancadas de oposição, a base tem maioria. Essa retirada estratégica, no entanto, nos permitirá recorrer ao STF contra o resultado das votações. Foi a única tática possível diante do absurdo que ocorreu hoje.
Mais cedo, Temer havia colocado as Forças Armadas nas ruas de Brasília para lidar com as manifestações até o dia 31, sob pretexto de “manter a lei e a ordem”. Imediatamente, o PSOL na Câmara apresentou um Projeto de Decreto Legislativo para sustar o decreto da Presidência da República. O projeto é assinado pelo líder da bancada, Glauber Braga, junto com os deputados Ivan Valente, Jean Wyllys, Chico Alencar e Edmilson Rodrigues e a deputada Luiza Erundina.
O #OcupaBrasília reuniu cerca de 150 mil pessoas nas ruas do Distrito Federal contra Temer e suas reformas e pela convocação imediata de novas eleições diretas no Brasil. É grande o número de feridos e presos. No entanto, o protesto mostra que as ruas já não aceitam a continuidade de Michel Temer e sua agenda de retiradas de direitos.
Nenhum ato repressivo poderá fazer recuar a vontade de mudança. O PSOL lutará ininterruptamente em defesa da democracia, do Estado Democrático de Direito, pela saída de Michel Temer da Presidência da República e pela convocação imediata de eleições diretas.