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Por Paloma Gomes para o Fala Manguinhos!

A luta pelos nossos direitos não é tarefa simples, e nem se dá de um dia para o outro. Precisa de tempo, muita escuta, um tanto de conversa e conscientização sobre a importância de nos organizarmos para pressionar o poder público pela garantia do que é nosso. Porém, o governo não tem interesse nessas ações de conscientização e age na alienação e manipulação da classe menos favorecida.

O processo de conscientização é árduo, dolorido, requer muita cautela, sensibilidade, sagacidade, reconhecimento e entendimento do que significa fazer parte da coletividade, onde todos estamos em constante construção, ninguém está pronto. Saber ouvir e compreender quem é você nessa luta, respeitar seus limites e o do outro é fundamental para qualquer prática política.Com isso, nem todos conseguem enxergar essa manipulação e não rompem as cordas de marionetes que conduzem a sociedade como um todo. Mesmo os poucos que conseguem ver, não alcançam o devido sucesso nas lutas, pois lhes faltam estratégias de mobilização, das próprias pessoas do meio em que vive.

Devemos sempre buscar entender o mundo a nossa volta, ter cuidado para não reproduzir atitudes indesejáveis, reafirmando discursos que tentamos combater, que minam as pautas de nossas lutas. Outro processo dolorido (mas necessário) é entendermos que a solução não é uma fórmula pronta, ela é construída diariamente no nosso contato com o mundo. Não há uma única maneira de engajar na luta. A conscientização pode acontecer a todo momento, de diversas maneiras. Em uma conversa na fila do mercado, na sala de espera do médico, no ponto de ônibus, na reunião de escola, no almoço de fim de semana. Devemos estar dispostos a ouvir e dialogar com nossos filhos, vizinhos, amigos.

Nesse processo, ninguém é iluminado, ninguém sabe tudo e nem quais são as fórmulas certas. Precisamos somar nossas vivências a de outras pessoas, trocar experiências, debater, discordar também faz parte da formação de consciência. além do respeito às bagagens de quem é orgânico, ou seja, bagagem de quem está desde sempre nessa jornada, que traz consigo experiências vivenciadas na favela.

sendo assim, faço uma chamada reflexiva a todos e todas: vamos nos juntar, Debater e conversar sobre o que está acontecendo, sobre os nossos direitos que estão escoando pelo ralo, por aquilo que nos interessa, o que nos faz viver dignamente. Todos que chegarem para reforçar e ir avante na resistência, serão bem vindos e necessários. Nossa luta tem voz, as vozes de todos em um só tom. Nossa luta tem lado e é o lado da favela, desse povo tão trabalhador mas tratados com descaso e humilhação. Vamos nos unir, essa luta precisa da sua voz!

Paloma Gomes é professora da rede municipal e militante do Núcleo Manguinhos-Jacaré do PSOL Carioca