Ontem, no apagar das luzes do dia da Consciência Negra, o secretário de educação de Crivella, César Benjamin, tentou relativizar os comentários da atriz Thais Araújo e o racismo no Brasil. Segue a resposta de nossa querida vereadora Marielle Franco:
Caro Cesar Benjamin,
Podemos discordar de muitas coisas na política, mas não vou tolerar o seu discurso racista.
Enquanto você está aí esbravejando tamanha ignorância, que eu jamais esperaria de um Secretário de Educação, sabe o que está acontecendo?
As mulheres negras estão recebendo 43% do salário de um homem branco.
A cada 23 minutos um jovem negro está sendo assassinado no Brasil.
Aliás, um jovem negro tem 2,5 vezes mais chance de ser morto que um branco.
É inacreditável, pra dizer o mínimo, que no Dia da Consciência Negra, o secretário de EDUCAÇÃO chame nossa luta de “idiotice racial” ou que se sinta no direito de falar “quero que as raças se fodam”.
A ideia de miscigenação começou no Brasil como uma política de embranquecimento. Muitos dos nossos morreram. Fomos criminalizados e violentados.
Esse país foi construído em cima da escravização de um povo, e esse povo tem cor, tem RAÇA. É o mesmo povo que até hoje não tem acesso a educação, a saúde de qualidade, investimento em cultura, esporte e lazer.
Então não me venha falar de democracia racial. O problema não é diferença. É quando essa diferença nos retira a igualdade de direitos, representação e oportunidades.
Agora entendemos porque o ensino de cultura afrobrasileira nas escolas não é prioridade da secretaria, reflexo da atual Prefeitura.
Aliás, te convido, enquanto Secretário, a vir no nosso debate sobre racismo religioso que faremos nesta quinta-feira, 18h, na Câmara Municipal.
Respeito sua história na prisão, mas você acha que esse povo “moreno” que você diz que está nas cadeias é mais parecido comigo ou com você?
Abaixo, os prints do post de Benjamin: