Uma pesquisa realizada na cidade de São Paulo revela a identificação do povo negro com o PSOL. Segundo o Painel BAP sobre “afrodescendentes e política”, 44% dos negros e negras se dizem de esquerda. O deputado federal Jean Wyllys aparece entre as cinco figuras públicas brasileiras mais lembradas e lidera ranking de representatividade entre os psolistas.
O estudo feito com o objetivo de criar dados sobre a relação da comunidade preta e o sistema político, além de motivar a participação política consciente, comprovou a liderança de Jean Wyllys em Brasília. Segundo o estudo, o deputado federal é o prinicpal representante da negritude de esquerda no parlamento brasileiro.
Para Eliane Custódio, militante do Fórum de Mulheres Negras, o povo preto sabe reconhecer quem é de luta. “Esse reconhecimento do povo negro se deve ao fato dele sempre carregar essa pauta desde o primeiro mandato. Jean Wyllys sempre foi parceiro das mulheres. Ele é ativista antes de ser deputado, a gente sabe que não é da boca pra fora, disse a representante da negritude feminista.
Eleito pelo Rio de Janeiro, o deputado federal JeanWyllys carrega o slogan “Deputado do Rio, deputado do Brasil”. Essa linha política do mandato colocou o parlamentar psolista em conexão direta com os brasileiros. Através das mídias sociais, mais de 2 milhões de pessoas interagem e debatem sobre a política nacional.
Na terra de Zumbi e Dandara, em Alagoas, a vendedora Sônia Oliveira, negra e umbandista, diz sentir os reflexos de uma atuação parlamentar de caráter nacional. “Quando eu vejo o Jean não ter medo de falar sobre as religiões de matriz africana, a gente daqui se sente mais forte pra exercer a nossa fé. Eu sempre agradeço quando encontro algum carioca por esse presente”, disse a alagoana.
A pesquisa realizada fora do Rio de Janeiro, domicílio eleitoral de Jean Wyllys, marca uma forte característica da atuação do parlamentar: a defesa dos direitos do povo negro em todo território nacional. A luta antiracista é pauta frequente do parlamentar na Câmara. A idenficação e a visilidade dada às religiões de matriz africana também reafirmam o compromisso com uma das principais pautas do movimento negro.
Entre as lideranças religiosas mais importantes do Brasil, está Pai Adailton Moreira, filho de Mãe Beata de Iemanjá. Ele comentou a pesquisa: “Essa legitimidade que o povo dá ao Jean vem da convergência de pensamento entre a gente e ele. Em tempos de intorância religiosa, ele consegue dar voz a um grupo que nunca foi ouvido. A medalha que ele entregou pra Mãe Beata foi um reconhecimento da nossa luta coletiva” afirmou o líder religioso.
A pesquisa
Segundo o Painel BAP, 44% das pessoas negras se consideram de esquerda, 30% diz não ter posição, 10% afirma ser de centro-esquerda, 6% de direita, 4% de centro-direita e 4% não souberam opinar.
A pesquisa foi realizada entre os dias 17 e 27 de novembro, na cidade de São Paulo, e ouviu 1.067 eleitores. De acordo com a empresa que realizou a pesquisa, o nível de confiança é de 95%, tendo margem de erro de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Dos eleitores entrevistados, 69% eram pretos e 31% pardos. As mulheres foram maioria: 54% dos que responderam. Mais da metade (51%) tinha idades entre 25 e 44 anos.
A exemplo dos partidos, a resposta “nenhum” aparece em primeiro, citada por 30% dos entrevistados, um reflexo da crise de representatividade da perda de credibilidade dos partidos da ordem com os negros e trabalhadores.
Entre as cinco primeiras figuras públicas indentificadas pelos eleitores de esquerda, estão o ex-presidente Lula, com 11%, seguido por Eduardo Suplicy, com 8%, Leci Brandão, com 7%, Jean Wyllys (4%) e Mário Black (4%) cada.
Por: Márcio Anastacio