Composição ainda conta com Chico Alencar para o senado, aliança com o PCB (Partido Comunista Brasileiro) e candidaturas combatentes e comprometidas com as várias lutas e desafios enfrentados pelo estado Rio. Derrotar a máfia do (P)MDB e seus cabrais, eleger bancadas fortes e representativas, além de apresentar propostas para uma nova forma de se fazer política, são os principais objetivos do partido em 2018.
Mais organizado, conhecido e fundamental nas lutas municipal, estadual e nacional, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) chega pra valer nas eleições 2018 ao governo do Rio. Na manhã desta sexta, 20, foram ratificadas a aliança eleitoral com o PCB, as candidaturas proporcionais e claro, as majoritárias – para governador/governadora e senado. Vindo para a sua segunda disputa pelo Palácio Guanabara, o professor e atual vereador na capital, Tarcísio Motta, ressaltou a importância de ficarmos atentos aos novos cabrais que irão se apresentar como se nada tivessem a ver com a crise pela qual o estado do Rio passa:
— Um velho conhecido da população é o Eduardo Paes. Vem numa nova sigla achando que vai enganar o povo para dizer que ele não tem nada a ver com o ciclo que a gente viveu agora. Novos Cabrais vão se apresentar tentando mostrar que não fizeram parte desse cenário.
Moradora de Duque de Caxias e também professora, Ivanete Silva vem para a disputa trazendo consigo a força e a luta das mulheres da Baixada Fluminense que há décadas sofrem com a violência, o descaso e falta sistemática de estrutura social. Além disso, a candidata ao governo do Rio carrega consigo o legado de Marielle Franco, vereadora do PSOL brutalmente assassinada em março deste ano.
— Nos colocamos aqui para derrotar nas urnas aqueles que colocaram o Rio em crise, para fortalecer a luta de quem sofre violências diárias por conta da desigualdade e injustiças. Trabalhadores, mulheres, população negra, os LGBTs, a favela, a Baixada e todas e todos que sofrem pela ganância da máfia que governa este estado, estaremos lado a lado nessa jornada – afirmou.
Por sua vez, ao senado, a coligação apresenta duas candidaturas. Pelo PSOL, o deputado federal Chico Alencar, tendo como suplente a educadora infantil e moradora do Morro dos Macacos, em Vila Isabel, Vanderlea Aguiar. E pelo PCB, Marta Barçante. Para Chico, a morte de nossa companheira Marielle é um impulso a mais para a luta que segue até outubro:
— A execução da Marielle não foi em vão. Temos o compromisso de vida de vivificar tudo aquilo que ela semeou nessa vida brutalmente interrompida — prometeu.
Agora, os candidatos estão autorizados a tirar o “pré” em suas apresentações e, oficializados, a partir de 16 de agosto já poderão apresentar seus números e pedir votos. Entretanto, o PSOL sempre soube que seus sonhos nunca couberam nas urnas. Por isso, muito mais do que ganhar uma eleição, o partido deseja debater com a sociedade temas que muitas vezes são deixados de lado propositalmente. Dentre eles, o genocídio da população negra e a relação do estado com as favelas; os benefícios fiscais a quem já tem muito e a retirada de direitos de quem tem pouco; além de uma política que não seja baseada na troca de favores e cargos, o famigerado toma lá dá cá que tanto mal faz para a sociedade e hoje, é responsável direto pelas variadas crises pelas quais passamos no Rio.
Fotos: Vicente Saraiva