EM DEFESA DA VIDA NAS FAVELAS
A última sexta-feira, dia 15/05, foi mais um dia de terror para os moradores do Complexo do Alemão, na Zona Norte do Rio. Não bastasse ter que enfrentar a pandemia de coronavírus que já matou milhares de pessoas no Brasil e vem avançando nos territórios mais pobres de nosso estado, os favelados ainda são obrigados a vivenciar uma cena de guerra no local onde moram. A operação policial realizada no Alemão deixou 13 mortos, fez uso de granadas e, segundo relatos, contou com a já habitual truculência dos policiais em relação aos moradores – que nada tem a ver com essa política genocida implementada nas favelas do Rio de Janeiro.
As favelas estão sofrendo ainda mais nesses tempos em que vivemos. Falta água, falta alimento, itens de higiene, remédios, energia elétrica. Quem tem direito a uma quarentena digna nesse estado tão desigual? Quem tem direito de cumprir o isolamento social e ainda assim ter comida na mesa e contas pagas? Além de encarar os problemas históricos, quem vive nas favelas e periferias também têm que lidar com um poder público que só consegue resolver as questões desses locais apontando o fuzil. Até quando?
Essa operação, além de todo sangue que derramou, causou o pânico e fez as pessoas se aglomerarem, afinal, embaixo do tiroteio o que importa mesmo é garantir que não seja atingido. Muitos relatos de moradores mostram que as pessoas tiveram que se juntar em cômodos pequenos para se protegerem.
Precisamos que o poder público esteja presente para resolver tantos problemas denunciados pelos favelados. Qual a política específica para esses territórios, ainda mais em tempos de pandemia? Como o governo de Witzel e a prefeitura de Crivella vão garantir o direito à vida dessas pessoas? Não vamos admitir que nossas vidas sejam ceifadas.
Toda solidariedade aos moradores do Complexo do Alemão! Chega de extermínio nas favelas!
Setorial de Favelas do PSOL
17 de maio de 2020