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Nesta terça-feira (02/06), a Prefeitura iniciou a execução do plano de reabertura da cidade do Rio de Janeiro ainda em meio à pandemia do novo coronavírus. O decreto do prefeito Crivella foi publicado poucos dias após o anúncio da mudança de parâmetros da contagem de óbitos em decorrência da covid-19, que gerou a exclusão de mais de 1000 casos que haviam sido diagnosticados clinicamente. Nitidamente, a prefeitura tenta esconder a realidade para servir aos interesses dos empresários que pressionam pela retomada seus lucros.

A cidade do Rio é o epicentro da pandemia no Estado e, mesmo com o registro de números alarmantes, a falta de testagem provoca um alto índice de subnotificações. A inexistência de indicadores confiáveis de monitoramento e a falta de informações mais completas a respeito das filas, leitos e UTIs impedem que seja feita uma avaliação real da situação, indicando que não há qualquer controle sobre a pandemia. A decisão de encerrar a quarentena baseia-se em um conselho técnico formado, em sua grande maioria, por comissionados da própria prefeitura e não encontra qualquer fundamento em dados confiáveis. Em nota técnica publicada no dia 28/05, a Fiocruz – instituição de referência mundial – ressalta a importância da adoção de medidas ainda mais rigorosas de distanciamento físico, considerando que o Rio de Janeiro está longe de controlar a pandemia. Não há ofertas de recursos hospitalares suficiente e a taxa de mortalidade ainda é muito elevada, por isso, a reabertura, neste momento, é um crime contra a vida.

Durante esses três meses, Crivella não tomou nenhuma medida para garantir o direito à quarentena, vetou a renda básica, deu as costas para as regiões mais pobres, ignorou a necessidade de protocolos sanitários para servidores públicos e priorizou pagamentos aos bancos. A gestão desastrosa da prefeitura já havia desmontado o atendimento primário, afundando o sistema de saúde municipal em uma profunda crise, e seguiu sucateando esse atendimento fundamental para o controle da pandemia. O prefeito que prometeu cuidar das pessoas, mais uma vez, abandonou o povo à própria sorte, à fome e à miséria. O PSOL Carioca se coloca radicalmente contrário ao plano de reabertura da cidade nesse momento em que não há nenhum indicativo de controle sobre a pandemia da Covid-19, reafirmando a necessidade de seguir as recomendações da OMS e das instituições públicas reconhecidas em suas análises técnicas.

O partido e sua bancada formularam um programa completo de medidas a serem tomadas pela prefeitura, desde as ações sanitárias, reforçando a quarentena; de saúde, com a ampliação de leitos, equipamentos e equipes de profissionais; até medidas sociais para garantir alimentos, renda e direitos. O PSOL Carioca e sua bancada seguirão lutando para que o povo carioca tenha condições materiais de ficar em casa, até que haja um controle real da pandemia, colocando sempre a vida acima do lucro. E o partido permanecerá junto das organizações de periferias e favelas, que hoje garantem distribuição de alimentos nas comunidades; das categorias profissionais que lutam para manter seus direitos e os cuidados com pandemia e das organizações de Direitos Humanos, cobrando de Crivella, Witzel e Bolsonaro as medidas concretas para uma quarentena efetiva com garantia de renda e direitos. Só a nossa luta unificada pode arrancar vitórias desses governos que sustentam os interesses empresariais mesquinhos e genocidas.

Rio de Janeiro, 05 de junho de 2020.

Executiva Municipal do PSOL Carioca
Bancada de Vereadores do PSOL Carioca