Nós do setorial de favelas e do setorial de saúde do PSOL apresentamos para qualquer que seja a candidatura do PSOL à prefeitura do Rio de Janeiro a necessidade de um programa popular socialista que represente e tenha a cara prioritariamente das demandas e anseios das favelas e periferias da cidade. Defendemos resgatar o mapeamento feito dentro dos territórios de favelas e periferias nas campanhas anteriores do “se a cidade fosse nossa” de forma que sirvam de base para elaboração de um documento para ser entregue a chapa que o partido entender que deva nos representar e assim pautar as questões relativas às favelas e periferias no futuro programa em construção. Entretanto defendemos a participação ampla das bases do partido para qualificarmos os debates e aprimorarmos a democracia interna nesse processo.
Alcançamos em 19 de junho a triste marca de 2014 casos e 420 mortes registradas em favelas do município do Rio de Janeiro, segundo dados oficiais e sistematização do jornal Voz das Comunidades. Milhares de pessoas morrendo nas periferias e um município que responde por 65,7% do total de mortes do estado do Rio de Janeiro. Em momento de crescimento exponencial do contágio a prefeitura decide reabrir comércio e serviços de forma irresponsável, sacrificando principalmente os mais pobres. Salientamos que a mesma prefeitura de Crivella, vem realizando desde o início de sua gestão um desmonte do SUS municipal, com demissões em massa de trabalhadores de saúde, provocando redução importante de equipes nas Clinicas da Família, ambulatórios, rede de saúde mental, atrasos constantes de salários, falta de medicamentos e insumos, redução de salários e continuidade dos vínculos precários herdados da gestão Eduardo Paes. A precarização, aparelhamento e desorganização expressas na continuidade das políticas privatistas dos governos Paes, Pezão, Cabral, Crivella e Witzel, afetam destacadamente a população pobre, negra, favelada e periférica. Isso tudo somado a momento de crise econômica, com crescimento significativo da pobreza, desemprego e miséria no Rio de Janeiro. Toda a cidade sofre neste momento de crise sanitária, econômica e social, mas ninguém sofre mais do que as favelas e periferias, onde vivem as classes populares, maioria da população do Rio de Janeiro que sentiu um aumento significativo também de homicídios devido à letalidade policial, se comparados os meses de Abril deste ano com o do ano passado. Aumento da letalidade que conta com o silencio e consentimento de Crivella e sua opção bolsonarista.
Defendemos um programa construído pela base com protagonismo e participação dos setoriais, núcleos territoriais, tendências e demais instâncias do partido, e ampliação da aliança do partido com movimentos populares e sociais e que o PSOL assuma sua responsabilidade enquanto referência para as lutas da classe trabalhadora na cidade do Rio de Janeiro, liderando um programa para nossa classe orientador da unidade com outros partidos de esquerda no Rio de Janeiro. As determinações sociais da saúde na atual conjuntura produzem milhares de mortes evitáveis na cidade e liderar uma unidade progressista nesse momento se faz urgente para interromper tal caminho perverso. É nossa responsabilidade com o povo carioca.
Setorial de favelas do PSOL e Setorial de saúde do PSOL