Nessa última sexta, 19 de junho, foi lançado o Comitê Popular de CriseA iniciativa reúne profissionais de saúde, pesquisadores, movimentos de favelas e partidos políticos em busca de ações de solidariedade e de preservação da vida. O manifesto do CPC foi assinado por mais de 160 organizações e nesta semana, a primeira plenária com todos os participantes acontece na quarta, 24. 

O Rio corre o risco de uma explosão de casos de Covid-19 nas próximas semanas. Por isso, coletivos de favela, campanhas de solidariedade, organizações de juventude, movimentos populares, entidades da sociedade civil, institutos de pesquisa e partidos políticos se unem, em prol da vida, na construção de uma frente única para enfrentar os desafios colocados pela crise sanitária e econômica que a cidade do Rio de Janeiro enfrenta nesta etapa da pandemia do novo coronavírus. Nasce assim o Comitê Popular de Crise RJ.

Hoje existem diversas iniciativas populares interessantes (desde observatórios da pandemia a redes de solidariedade) dispersas pela cidade. O nosso desafio enquanto Comitê será articular um ponto de encontro onde essas iniciativas podem trocar experiências, socializar informações e combinar um plano de ação comum.

EM DEFESA DA VIDA
Manifesto de lançamento do COMITÊ POPULAR DE CRISE DO RIO DE JANEIRO

No mundo inteiro e até mesmo em algumas regiões do Brasil, o relaxamento da quarentena significou novos casos e mais mortes. Por que na cidade do Rio de Janeiro seria diferente? Hoje, somos mais de 40 mil contaminados e 5 mil mortos por Covid-19. Seguindo a toada de Bolsonaro, Crivella realiza um plano de reabertura irresponsável e que pode ser fatal para a população mais pobre da cidade. Os leitos de UTI da rede municipal estão oscilando em 90% de ocupação nos últimos dias e nada leva a crer ser prudente reabrir a cidade de uma hora para outra. Com o agravamento no número de casos nas próximas semanas, podemos viver um colapso nunca visto.

Quem está morrendo por Covid-19 tem classe, cor e território. A região mais pobre da Zona Oeste e as favelas são as áreas com mais perdas pela Covid-19. Isso ocorre não pela pandemia em si, mas porque seus moradores vivem na pele o longo histórico de falta de políticas públicas, o racismo estrutural e o atual desmantelamento do atendimento da rede primária do SUS na cidade.

A proposta de reabertura de Crivella é a prova de um crime premeditado e que atinge aos mais pobres, moradores de favelas e periferias e sobretudo a população negra de nossa cidade, destacando-se as mulheres, mães, avós, tias, irmãs e filhas da negritude, base dessa estrutura e que se vê refém da fome da falta de alternativas para a sobrevivência.

Em contraposição à barbárie de nossos governantes está o povo, sua solidariedade de classe e prática coletiva. Enquanto Crivella, Witzel e Bolsonaro se isentam de cumprir com a função social que lhes cabem, são as inúmeras iniciativas de solidariedade lideradas por movimentos e coletivos de favelas que estão levando comida, prevenção e luta à população. São nas vidas salvas pelo SUS e na força cotidiana dos profissionais de saúde que vemos o verdadeiro empenho contra a pandemia. É na dedicação dos pesquisadores de instituições como a Fiocruz, UFRJ, UERJ e UFF que podemos confiar nos dados que atestam que sim, esse não é o momento para flexibilizar o isolamento e incentivar a ida às ruas. Pelo contrário, é tempo de políticas públicas que garantam aos mais pobres renda, segurança alimentar, informação e atendimento digno nas redes de saúde municipal, estadual e federal.

Em defesa da vida, o Comitê Popular de Crise, formado por coletivos e movimentos de favelas, profissionais de saúde e pesquisadores de entidades públicas, além de mandatos parlamentares, convida toda a sociedade carioca, organizações e lutadores sociais, a se unirem em prol do direito à vida, à informação e ao isolamento social neste momento decisivo em que o presidente incentiva o desrespeito aos que estão na batalha diária pela vida nos hospitais, o governo do Estado se esfacela e o prefeito do Rio ignora a ciência e expõe a população mais pobre ao contágio.

O COMITÊ POPULAR DE CRISE tem como objetivo:

1 – Coletar, sistematizar e divulgar informações a respeito da evolução e do combate à pandemia em nossa cidade;
2 – Dar visibilidade, incentivar e contribuir com as iniciativas de solidariedade em curso nas favelas e periferias do Rio de Janeiro;
3 – Propor atividades e campanhas que contribuam para o fortalecimento das medidas necessárias à preservação das vidas e para o rechaçamento daquelas que significaram aumento das mortes em nossa cidade.

Integram o COMITÊ POPULAR DE CRISE da cidade do Rio de Janeiro:

A Voz do Lins
ABRASCO – Associação Brasileira de Saúde Coletiva
AERJ – Associação dos Estudantes Secundaristas do Estado do RJ
Afronte
AGB Seção Local RJ – Associação dos Geógrafos Brasileiros
AMTRJ – Associação dos Musicoterapeutaus do RJ
ANPUH – Associação Nacional de História
As Mariamas
ASDUERJ – Seção Sindical/ANDES-SN
Associação Brasileira de Juristas pela Democracia
Associação Cultural e Esportiva Jovens do Futuro
Associação de Pós-Graduandos da UERJ
Associação de Pós-Graduandos da UFF Marielle Franco
Associação de Pós-Graduandos da UFRJ
Associação de Remanescentes Quilombola Dona Bilina
Brigadas Populares
Campanha Nenhum Serviço de Saúde a Menos
CEBES – Centro Brasileiro de Estudos da Saúde
CEBRAPAZ RJ – Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz RJ
CEDICUN – Centro de Estudos da Cultura Negra
Centro de Estudos de Mídia Alternativa Barão de Itararé
CIDADES Núcleo de Pesquisa Urbana da UERJ
CMP – Central de Movimentos Populares
CNA – Central de Notícias do Andaraí
Co&C – Coletivo Orçamento & Cultura
Coalizão Pelo Clima RJ
Coletivo de Educação Popular Margarida Maria Alves
Coletivo de Estudos sobre Violências e Sociabilidades do IESP/UERJ
Coletivo Fala Akari
Coletivo Fernando Santa Cruz
Coletivo Maré 0800
Coletivo Marginal
Coletivo Pac’Stão
Coletivo Tá na Rua
Consulta Popular
COREN – Conselho Regional de Enfermagem
CTARJ – Coletivo dos Tecnicos e Auxiliares de Farmácia do RJ
CTB/RJ – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras RJ
CTO – Centro de Teatro do Oprimido
Direção municipal do PCdoB – Partido Comunista do Brasil
Direção municipal do PSB – Partido Socialista Brasileiro
Direção municipal do PSOL – Partido Socialismo e Liberdade
Direção municipal do PT – Partidos dos Trabalhadores
Direção municipal UP – Unidade Popular
Diretório Central dos Estudantes CEFET
Diretório Central dos Estudantes UERJ
Diretório Central dos Estudantes UFF – Fernando Santa Cruz
Diretório Central dos Estudantes UFRJ – Mário Prata
Diretório Central dos Estudantes UNISUAM
DISTÚRBIO – Dispositivos, tramas urbanas, ordem e resistências / UERJ
FASE – Federação de Órgãos para Assistência Social e Educacional
Favela Cineclube
FBPRJ – Frente Brasil Popular RJ
FMF – Federação de Mulheres Fluminense
Fórum de Saude do RJ
Fórum Estadual de Mulheres Negras RJ
Frente Ampla Suburbana
Frente Cultura RJ
Frente de Mobilização da Maré
Frente Estadual pelo Desencarceramento – RJ
Frente Povo Sem Medo
Frente Teatro RJ
Gabinete de Crise do Alemão
Grupo de Estudos dos Novos Ilegalismos da UFF
Grupo de Pesquisa em Políticas Públicas de Educação da UFF
Ilha Contra o Corona
Instituto Pacs – Políticas Alternativas para o Cone Sul
Instituto Raízes em Movimento
Intersindical – Central da Classe Trabalhadora
Juntos!
Juventude Manifesta
Laboratório de Direitos Humanos da UFRJ
Laboratório de Estudos de Movimentos Sociais e Territorialidades da UFF
Laboratório de Estudos sobre Conflitos, Cidadania e Segurança Pública da UFF
Laboratório do Direito a Cidade e Território do NEPP-DH/UFRJ
Levante Popular de Juventude
Mandato deputada estadual Dani Monteiro (PSOL/RJ)
Mandato deputada estadual Enfermeira Rejane (PCdoB/RJ)
Mandato deputada estadual Mônica Francisco (PSOL/RJ)
Mandato deputada estadual Renata Souza (PSOL/RJ)
Mandato deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ)
Mandato deputada federal Talíria Petrone (PSOL/RJ)
Mandato deputado estadual Eliomar Coelho (PSOL/RJ)
Mandato deputado estadual Flávio Serafini (PSOL/RJ)
Mandato deputado estadual Waldeck Carneiro (PT/RJ)
Mandato deputado federal David Miranda (PSOL/RJ)
Mandato deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ)
Mandato deputado federal Marcelo Freixo (PSOL/RJ)
Mandato vereador Babá (PSOL/RJ)
Mandato vereador Fernando William (PDT/RJ)
Mandato vereador Leonel Brizola (PSOL/RJ)
Mandato vereador Marcos Paulo (PSOL/RJ)
Mandato vereador Paulo Pinheiro (PSOL/RJ)
Mandato vereador Reimont (PT/RJ)
Mandato vereador Renato Cinco (PSOL/RJ)
Mandato vereador Tarcisio Motta (PSOL/RJ)
Mandato vereadora Luciana Novaes (PT/RJ)
Marcha das favelas pela legalização
MATER – Movimento de Artistas de Teatro do Rio
MLB – Movimento de Luta nos Bairros, Vilas e Favelas
MLC – Movimento Luta de Classes
MNLM – Movimento Nacional de Luta pela Moradia
MOVEM – Movimento de Mães, Pais e Responsáveis pela Escola Pública Municipal Carioca
Movimento Baía Viva
Movimento das Mulheres Sambistas
Movimento Popular de Favelas
MUCA – Movimento Único dos Camelôs
MST – Movimento Sem Terra
MTST – Movimento dos Trabalhadores Sem Teto
NPC – Núcleo Piratininga de Comunicação
Núcleo de Estudos Afrobrasileiros ONDJANGO/FAETEC-RJ
Núcleo de Estudos da Cidadania, Conflito e Violência Urbana do IFCS/UFRJ
Núcleo de Estudos sobre Escola, Sociedade e Democracia da PUC-Rio
Núcleo de Estudos Trabalho e Sociedade do IFCS/UFRJ
Observatório Carioca da Pandemia
Observatório das Metrópoles do IPPUR/UFRJ
Observatório dos Conflitos Urbanos na cidade do Rio de Janeiro do ETTERN/IPPUR/UFRJ
Observatório Fluminense da UFFRJ
Ocupa Carnaval
Ocupa Tijuca
OMA – Associação Organização Mulheres de Atitude
Onde Tem Solidariedade
Partido Comunista Brasileiro – PCB RJ
Pastoral do Meio Ambiente
Peneira
Plenária da Zona Oeste
Portal Favelas
Pré vestibular popular +Nós
Quem ama é solidário
Raízes em Movimento
Reage Artista
Rede Baixada em Cena
Rede Carioca de Educação Ambiental
Rede de Comunidades e Movimentos Contra a Violência
Rede Emancipa de Educação Popular
Rede Jubileu Sul Brasil
Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares
Rede Rap Resistência Viva
Roda Cultural da Central
Roda Cultural do Centenário
RUA- Juventude anticapitalista
SASERJ – Sindicato dos Assistentes Sociais do RJ
SATEMRJ – Sindicato dos Técnicos de Enfermagem dp RJ
SBAT – Sociedade Brasileira de Autores Teatrais
SBPC – Sociedade Brasileira Para o Progresso da Ciência
SECRJ – Sindicato dos Comerciários do RJ
SEPE – Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro
SINDACS – Sindicato dos Agentes Comunitarios de Saude do Municipio do RJ
SINDENF – Sindicato dos Enfermeiros do Estado do RJ
SINDISEPRJ – Sindicato Intermunicipal dos Servidores Públicos Federais dos Municípios do RJ
SINDPSI – Sindicato dos Psicólogos do RJ
SINDSERJ – Sindicato dos sociólogos do Estado do RJ
SINERJ- Sindicato dos Nutricionistas do Estado do RJ
SINFAERJ- Sindicato dos Farmacêuticos do Estado do RJ
SINMED – Sindicato dos Médicos do RJ
SINPRO – Sindicato dos Professores do Município do Rio de Janeiro
Solidariedade nas ruas
Solidariedade Suburbuna
UBM – União Brasileira de Mulheres
UEERJ – União Estadual dos Estudantes do RJ
UJS – União da Juventude Socialista
UNEGRO – União de Negros pela Igualdade
Voluntários Fazendo Criança Sorrir