EU SOU PORQUE QUE NÓS SOMOS
Marielle Franco (1979 – 2018) foi uma mulher negra, LGBTQIA+, nascida na favela da Maré, mãe ainda muito jovem, socialista, fundadora do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), defensora dos direitos humanos e a quinta vereadora mais votada na cidade do Rio de Janeiro em 2016, com mais de 46 mil votos. Sua vida foi dedicada à melhoria das condições e proteção da vida da população trabalhadora e dos setores mais vulneráveis da sociedade.
Seu covarde assassinato, aos 38 anos, no dia 14 de março de 2018, interrompeu sua vida, mas fez com que o mundo conhecesse a grandeza de seus passos, em meio a todas as dificuldades que milhares de cariocas nascidas em favelas enfrentam cotidianamente. Já mãe, participou como aluna, e depois como professora, do pré-vestibular no Centro de Ações Solidárias da Maré (Ceasm). Aprovada no vestibular da PUC-Rio, Marielle se formou em Sociologia e, mais tarde, se tornou mestra em Administração Pública pela UERJ, com dissertação sobre os danos causados pela implementação das UPPs nas favelas e comunidades do Rio.
Sua militância socialista teve início ainda no começo dos anos 2000, após o assassinato de uma amiga em um tiroteio na Maré. Além de ter participado da fundação do PSOL no primeiro congresso do partido (2006), realizado justamente na favela em que morava, Marielle se tornou assessora do então deputado estadual Marcelo Freixo. Ao seu lado, ingressou e coordenou a Comissão de Defesa dos Direitos Humanos da Alerj por mais de 10 anos.
MARIELLE SEMPRE PRESENTE
SEMENTES DE MARIELLE
O legado de Marielle Franco para a política brasileira é gigante. Sua luta e personalidade serviram e servirão sempre como inspiração para que mais mulheres, em especial negras, LBTs e periféricas atuem na política. Nas últimas duas eleições, testemunhamos um aumento de candidaturas de mulheres negras que transformaram o luto em luta em todo o país.
Em 2018, logo depois do assassinato de Marielle, três de suas assessoras diretas se colocaram com a dura missão de ver florescer o seu legado. Além das três deputadas eleitas para a Alerj, Renata Souza, Mônica Francisco e Dani Monteiro, amiga e já vereadora pelo PSOL em Niterói, Talíria Petrone, também foi eleita como deputada federal, todas pelo PSOL. Em 2020, sua esposa, Monica Benicio também foi eleita vereadora pelo PSOL Carioca. Todas, sem exceção, passaram a sofrer com a violência política e ataques de ódio e, apesar disso, continuam a resistir e a levar adiante as ideias e as práticas de Marielle.
Mas o legado de Marielle vai muito além da institucionalidade. Após seu brutal assassinato, várias mulheres, sobretudo negras, passaram a se organizar e, assim, em seu cotidiano, levam consigo as lutas e a força de nossa companheira. Ruas, praças, estações de metrô em todo mundo agora, também expõem seu nome e luta em memória de seus passos.
Marielle era a própria primavera. Sua morte floriu uma imensidão de vontades, uma imensidão de mulheres que faz com que sua memória e legado permaneçam para muito além de nossas vidas.
MEMÓRIA
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