(por Chico Alencar – publicado no Facebook em 14/01/2021)
Tudo indica que a vacinação contra a Covid vai começar semana que vem. Antes tarde – mais de 206 mil vidas já se foram entre nós, 51 países já vacinam há algumas semanas – do que nunca. A rebaixada disputa entre o governo de SP e o governo federal resultou nessa corrida pra ver quem inicia primeiro. Melhor assim: eles que se “devorem”, desde que nossa saúde não fique ainda mais afetada.
A ampla cobertura vacinal – e nosso tão atacado SUS tem capilaridade – é urgente, com doses e seringas suficientes. Estejamos alertas quanto à quantidade – o indicado até aqui não garante o imunizante para tod@s este ano -, a distribuição para os 5.570 municípios (em alguns do Brasil profundo chegarão pouquíssimas doses, não se sabe quando), o respeito às prioridades, sem privilégios e tráfico de influência – como já foi tentado por setores da cúpula do Judiciário.
Tudo vai exigir muita organização de cada instância de poder (federal, estaduais, municipais), muita transparência, muito espírito público. Esses pontos, ainda que elementares, não têm sido os fortes de nossas administrações…
Os governos precisam continuar ou assumir as medidas para combater a expansão do vírus, que está em alta. No Rio, o prefeito recém empossado decretou reabertura controlada de estádios, mas teve que voltar atrás. O governador marcou o carnaval para julho, de maneira temerária.
No 1o semestre, se TUDO CORRER BEM, teremos apenas 1/3 da população vacinada. Esse afã de “volta à normalidade” das autoridades – inclusive as que mantém o ENEM para domingo que vem! – é igual à prática de alguns grupos da sociedade, que não conseguem não aglomerar, usar máscaras e se proteger adequadamente. Desafiam a morte.
No Brasil, o individualismo e o baixo sentimento de pertencimento à comunidade têm estímulo oficial.
Façamos diferente. Vamos, solidários, contra essa destrutiva corrente! Exijamos um Plano Nacional de Vacinação eficaz, organizado, pleno, democrático, sem exclusões!