(por Chico Alencar – publicado no Facebook em 05/02/2021)

Quando chove, a gente costuma dizer que “o tempo está ruim”. Nada mais injusto: chuva traz água, esse bem comum que querem transformar em commodity, em mercadoria (esse foi o tema do Lume Virtual com foco na venda da Cedae, realizado em 05/02).

Já se disse que a principal guerra do século XXI será pela água. Água é dádiva e não devia, jamais, ser apropriada por grupos econômicos, envenenada ou precificada, como está sendo.

Água é oferta divina essencial à vida! Podemos viver – e, no passado, já vivemos – sem petróleo e seus derivados, sem soja, sem muitos produtos de duvidosa necessidade. Sem água nenhum ser vivo sobrevive!

Chuva, mais que refrescar (que boa essa que cai no Sudeste abrasador!), rega e fecunda o solo, revigora mananciais, amplia o nível de rios, lagoas e reservatórios. Os estragos que ela, quando intensa, pode causar, vêm da ocupação humana do solo, desatenta aos fluxos da Mãe Natureza. Com os temporais, quem mais sofre são sempre os mais pobres, por causa da estrutura injusta de nossa sociedade e das cidades tão degradadas e desiguais. A culpa não é da água!

Viemos da água. Somos, como o planeta, água – em boa parte do nosso corpo. Bem vinda, bendita! Cuidemos dessa preciosidade!

“Perto de muita água, tudo é feliz” (Guimarães Rosa)
(Foto: trecho do rio São Francisco, o “velho Chico”)