Relatório da Comissão do Carnaval alerta para a urgência do passaporte vacinal nas fronteiras

A Comissão Especial do Carnaval, presidida pelo vereador Tarcísio Motta (Psol), divulgou nesta segunda-feira (06/12) seu relatório final com recomendações para a realização do carnaval de rua e de avenida em 2022. Com o título em forma de pergunta, “Vai ter carnaval?”, o documento traz indicadores, sugestões de protocolos sanitários e análises que ainda deixam a maior manifestação cultural da cidade no campo da dúvida: “Os indicadores que foram sugeridos por representantes da Fiocruz e da Faculdade de Medicina da UFRJ, quando analisados de forma integrada, hoje apontam para a viabilidade do carnaval na cidade. Porém, a lentidão da vacinação no estado do Rio e no país como um todo nos impedirá de atingirmos o indicador de 80% da população fluminense e brasileira imunizada a tempo do carnaval”.

O relatório também chama a atenção para a nova variante do vírus que transmite a covid-19: “Os surtos que hoje afligem diversos países na Europa preocupam os cariocas. E o surgimento da nova e ainda pouco conhecida variante Ômicron acende um sinal de alerta. Tudo isso torna ainda mais importante o monitoramento contínuo dos indicadores epidemiológicos e a adoção de protocolos rígidos para o controle da entrada de turistas na cidade. Isso precisa ser feito desde já, antes mesmo das festividades que ocorrem durante o verão e muito antes dos festejos momescos, se é que eles serão possíveis”.

Entre as recomendações para a prefeitura enumeradas no relatório está: “Interceder junto aos órgãos federais e estaduais para que seja decretada a exigência de passaporte vacinal nas fronteiras intermunicipais, interestaduais e internacionais, em especial, nas rodoviárias, portos e aeroportos da cidade”. O passaporte vacinal também é recomendado para ingresso na rede hoteleira e em locais fechados durante o carnaval.

A comissão promoveu uma série de audiências públicas ao longo de 2020 sobre desafios e perspectivas para a realização da festa, considerando a segurança sanitária e os efeitos da pandemia. Trabalhadores do carnaval, especialistas, representantes de ligas de escolas de samba e do carnaval de rua se reuniram com o poder público para discutir o tema.

Parâmetros elaborados por especialistas

Em outubro, a pedido da comissão, representantes da Fiocruz e da UFRJ elaboraram um documento com um conjunto de indicadores, parâmetros de monitoramento epidemiológicos e de vacinação e protocolos de segurança sanitária.

Os indicadores são: Atendimento na rede municipal de saúde deve ter média móvel semanal menor que 110 casos de Síndrome Gripal e Síndrome Respiratória Aguda Grave (1,63 casos por 100.000 habitantes); tempo de espera e quantidade de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) na fila para internação no município deve ter no máximo fila de espera de três pessoas por dia, com um tempo de espera que não deve ultrapassar uma hora; Porcentagem de testes diagnósticos positivos no município (RT-PCR ou Ag) durante os últimos 7 dias deve ser menor do que 5%; taxa de contágio da cidade do Rio de Janeiro deve ser menor que 1 (ideal 0,5) por um período de pelo menos 7 dias; e a taxa de vacinação no Brasil, no Estado do Rio de Janeiro e no município do Rio de Janeiro deve estar acima de 80% da população total.

A Comissão Especial do Carnaval é composta pelos vereadores Tarcísio Motta (Psol), Monica Benício (Psol) e Verônica Costa (DEM).

BAIXE O RELATÓRIO 2021 DA COMISSÃO ESPECIAL DO CARNAVAL